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sábado, 28 de maio de 2011

Salve Santa Sara!

Diz a história...

SANTA SARAH KALÍ
Padroeira Universal do Povo Cigano

No Sul da França, entre os rios Grande Ródano e Pequeno Ródano, situa-se a alagada planície da Camargue. Essa região, tornou-se célebre pela festa que acontece todos os anos, nos dias 24 e 25 de Maio, na cidadezinha de Les-Saintes-Maries-de-la-Mèr. No dia 24 é a festa de Santa Sarah Kalí, a padroeira dos ciganos. No dia 25 acontecem as festividades de Santa Maria Jacobina e Santa Maria Salomé, padroeiras da cidade. Maria Jacobina (irmã de Maria de Nazaré, a mãe de Jesus) e Maria Salomé (a mãe de João e Tiago, Apóstolos de Jesus) são reconhecidas pela Igreja Católica como santas. As imagens das duas santas “oficiais” estão dentro de um barco no interior da Igreja. A santa dos ciganos fica na cripta subterrânea.
Sarah era uma cigana que trabalhava como empregada na casa de José de Arimatéia, o bom homem que emprestou o túmulo no qual Jesus foi sepultado. Foi nesta casa que Sarah abraçou o Cristianismo. Conta a lenda que por volta do ano 50 d.C., Maria Jacobina e Maria Salomé, em companhia de Lázaro, Maximino, Marta, Maria Madalena, Sarah Kalí e alguns outros discípulos de Jesus – partiram de barco das terras da Palestina, impulsionados pela perseguição que o Cristianismo nascente sofria. Depois de vários dias à deriva, já sem remos e sem provisões, aportaram no Sul da França. Ali construíram um pequeno oratório dedicado à Nossa Senhora, que os protegera na difícil travessia. Em seguida os discípulos se separaram. Sarah, Maria Jacobina e Maria Salomé permaneceram na Camargue.
Maria Madalena, nascida em Magdala, na Galiléia, após separar-se de Sarah, Jacobina e Salomé, passou 30 anos numa caverna em La Saint-Baume, nos Alpes Marítimos. Foi milagrosamente transportada, pouco antes de sua morte, para a Capela onde hoje está o Santuário de São Maximino. Ali recebeu os últimos Sacramentos. Tornou-se a padroeira principal da Diocese de Fréjus-Toulon.
Em Les-Saintes-Maries-de-la-Mèr, Sarah, a cigana, foi aos poucos ganhando fama de amiga e defensora dos ciganos da redondeza. Quando faleceu já corriam boatos sobre sua santidade. Os ciganos a procuravam para que os abençoasse com saúde e prosperidade. As mulheres pediam a graça de ter filhos.
Uma cigana tem na gravidez e na concepção o grande milagre de sua vida. Uma vida sem dar à luz é uma vida vazia, inútil, incompleta. Quanto mais filhos uma cigana der à luz, mais valorizada ela será pelo seu povo. Será também considerada uma pessoa com muita sorte. A maior praga rogada contra a mulher cigana é desejar que ela não tenha filhos. Grande ofensa é chamá-la de “dichúco” (ventre seco).
Santa Sarah é bastante cultuada por essas ciganas com dificuldades para engravidar. Ciganas de todas as partes do mundo fazem promessas a ela: se conceberem, irão até Les-Saintes-Maries-de-la-Mèr - na Igreja que foi construída no século IX no local do antigo oratório dos discípulos - para fazer ali uma noite de vigília e orações; irão ali depositar aos pés da Santa flores e o lenço mais belo que encontrarem. Por isso que, na cripta de Santa Sarah, podemos ver centenas de bonitos lenços, prova de que muitas ciganas receberam a graça de ficarem grávidas.
A imagem de Santa Sarah está revestida em várias cores, com a predominância do branco, azul, rosa e dourado. Enfeitada por jóias, lenços coloridos e muitas flores a imagem é retirada de seu lugar apenas no dia 24 de Maio. Durante belíssima procissão é transportada à cavalo até a praia, distante mais ou menos um quilômetro da Igreja. A imagem é então despida e lavada nas águas do mar. Após o banho, volta em procissão ao seu altar na cripta da Igreja.

Extraído do site www.pastoralis.com.br

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